quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Turquia - Dia 3 - Istambul (Tour pela Cidade Antiga)

Dia 03 (27/06/2011 - segunda)
    
    Que ótimo, dia do nosso primeiro tour da Byzas em Istambul!  De manhã bem cedo o guia veio nos buscar no hotel para o tour pela centro antigo da cidade.  Estava chovendo, e um pouco frio.  Fomos a pé, e no caminho compramos guarda-chuvas descartáveis (hehehe - da China, obviamente).  

Mesquita Azul (Sultan Ahmet Mosque)


    Nossa primeira visita foi à Mesquita Azul ou, seu nome verdadeiro, Mesquita Sultan Ahmet.  O nome popularmente conhecido de Mesquita Azul (ou Blue Mosque) se deve aos azulejos azuis que decoram o seu interior.  Foi construída entre 1609 e 1616, durante o reinado do sultão Ahmed I.  Sua construção foi realizada no local do Grande Palácio dos Imperadores Bizantinos, em frente à Hagia Sophia e do hipódromo.  O interior da mesquita é adornado com 20.000 azulejos de Iznik, com mais de 50 desenhos diferentes de tulipas.  O elemento mais importante do interior da mesquita é o Mihrab (nicho de orações na direção de Meca), esculpido em mármore.  As luminárias eram cobertas de ouro e pedras preciosas, e esta decoração em sua maioria foi levada para museus ou saqueada.  Você poderá obter maiores detalhes sobre a Mesquita Azul em seu site oficial, ou fazer um tour virtual clicando aqui.

Hipódromo (Hippodrome ou Sultanahmet Meydanı)


    A próxima parada foi o hipódromo.  O Hipódromo de Constantinopla era um circus, centro social e de esportes de Constantinopla, capital do Império Bizantino.  Hoje é uma praça chamada Sultanahmet Meydanı, com apenas alguns fragmentos da estrutura original ainda existentes.  A palavra hipódromo vem do grego hippos (cavalo) e dromos (caminho).  As corridas de cavalos e bigas eram passatempos populares no mundo antigo e hipódromos eram comuns em cidades gregas nas eras helenística, romana e bizantina.  O primeiro hipódromo foi construído quando a cidade se chamava Bisâncio, que era uma província de moderada importância.  Em 203 D.C., o imperador Septímio Severo reconstruiu a cidade e expandiu suas muralhas.  Em 324 D.C., o imperador Constantino o Grande decidiu mudar o governo de Roma para Bisâncio, a qual renomeu como Nova Roma.  Este nome não impressionou muito, e logo a cidade se tornou conhecida por Constantinopla, a cidade de Constantino.  Constantino promoveu o crescimento da cidade, e um de seus maiores feitos foi a renovação do Hipódromo.  Estima-se que o Hipódromo de Constantino tinha cerca de 450 m de comprimento e 130 m de largura.  Sua capacidade era de 100.000 expectadores.  A pista de corrida tinha formato de U, e o Kathisma (palco do imperador) estava localizado ao leste da pista.  O Kathisma podia ser acessado diretamente do Grande Palácio através de uma passagem que apenas o imperador e outros membros da família imperial podiam usar.  Os boxes do Hipódromo, que possuíam quatro estátuas de cavalos de cobre dourado puxando uma quadriga em seu topo, ficavam no norte.  O Sphendone (tribuna curvada da estrutura em U, a parte inferior ainda existe) ficava no sul.  Os quatro cavalos dourados, hoje chamados de Cavalos de São Marco, cuja origem grega ou romana ainda é indeterminada, foram pilhados durante a Quarta Cruzada em 1204 e instalados na fachada da Basílica de São Marco em Veneza (sim, os cavalos são turcos!).  A pista era decorada com estátuas de bronze de cavalos e condutores famosos, porém nenhuma existe mais.  O Hipódromo também era lotado de estátuas de deuses, imperadores e heróis, entre estes algumas obras famosas, como Hércules de Lysippos, Rômulo e Remo com a Loba e a Coluna Serpentina.  Em seu livro De Ceremoniis, o imperador Constantine Porphyrogenitus descreveu a decoração do Hipódromo por ocasião de uma visita de sarracenos ou árabes, mencionando as cortinas púrpura e as tapeçarias raras.  Por todo o período bizantino, o Hipódromo foi o centro da vida social da cidade.  Altas somas de dinheiro eram apostadas nas corridas de biga, e inicialmente quatro times tomavam parte nas mesmas, cada um patrocinado e suportado por um partido político diferente do Senado Romano/Bizantino:  Os Azuis (Venetoi), os Verdes (Prasinoi), os Vermelhos (Rousioi) e os Brancos (leukoi).  Os dois últimos foram enfraquecendo gradualmente e foram absorvidos pelos outros dois (Azuis e Verdes).  Um total de oito bigas (duas por time) puxadas por quatro cavalos cada, competiam na pista do Hipódromo.  Estas corridas não eram simples eventos de esporte, mas também eram as raras ocasiões quando o Imperador e os cidadãos comuns se reuniam em um único local.  Discussões políticas eram realizadas frequentemente no Hipódromo.  A rivalidade entre Azuis e Verdes se misturava com rivalidades políticas ou religiosas, e às vezes originavam tumultos que evoluíam para guerras civis na cidade.  A mais severa foi a Revolta Nika em 532, no qual aproximadamente 30.000 pessoas foram mortas e muitos prédios importantes, como a segunda igreja Hagia Sophia, foram destruídos.  A Hagia Sophia atual (terceira) foi construída por Justiniano após a Revolta de Nika.  Constantinopla nunca se recuperou dos saques durante a Quarta Cruzada e o Império Bizantino sobreviveu até 1453, e nesta época, o Hipódromo se tornou ruína.  Os Turcos Otomanos, que capturaram a cidade em 1453 e a transformaram na capital do Império Otomano, não se interessavam por corridas e o Hipódromo foi gradualmente esquecido, apesar de nunca nada ter sito construído em seu lugar.  O Hipódromo foi usado em várias ocasiões, como nas ricas e longas cerimônias de circuncisão dos filhos do Sultão Ahmet III.  Em pinturas miniatura otomanas, o Hipódromo é mostrado com os assentos e monumentos ainda intactos.  Apesar de as estruturas não existirem mais, a praça Sultanahmet de hoje em dia segue em grande parte a planta e as dimensões do Hipódromo desaparecido.  Os monumentos que ainda estão em seu lugar são:
  • Coluna Serpentina, também conhecida como o Tripode de Delphi ou Tripode de Plateias.  É uma coluna de bronze, parte de um antigo tripode grego para sacrifícios, original do Oráculo de Delfi e trazido por Constantino o Grande em 324.  As cabeças das serpentes permaneceram no local até o século XVII (uma está no Museu Arqueológico de Istambul).
  • O Obelisco de Tutmés III ou de Teodósio, que foi trazido do Egito em 390 pelo imperador Teodósio o Grande, e foi colocado no meio da pista de corrida.  Seu local original era o Templo de Karnak em Luxor e foi construído com granito rosa durante o reino de Tutmés III por volta de 1490 A.C.  Teodósio teve que dividi-lo em três partes para trazê-lo a Constantinopla.  Apenas a seção superior sobreviveu e está sobre um pedestal de mármore.  
  • A Coluna (ou Obelisco) de Bronze - construída no século X por Constantino, era coberta por placas de bronze que foram saqueadas durante a Quarta Cruzada.  Seu núcleo de pedra continua de pé.
  •  A Fonte Alemã, de estilo neo-bizantino, construída para comemorar o segundo aniversário da visita do imperador alemão Guilherme II em 1898.  Foi construída na Alemanha, trazida e montada no local peça a peça em 1990.
    Sobre o Hipódromo, os sites que achei mais interessantes na web são:
  1. A reconstrução virtual do Hipódromo em 1200, no site Byzantium 1200;
  2. Fotos panorâmicas no 360cities;
  3. Fonte do texto acima na Wikipedia.
Palácio Topkapı (Topkapı Sarayi)


    O Palácio Topkapı é foi a residência oficial dos Sultões Otomanos por aproximadamente 400 anos (1465 a 1856) dos 624 anos de seu reinado.
    O palácio era o palco para eventos de estado e divertimentos da realeza, e hoje é uma grande atração turística.  Lá estão as mais sagradas relíquias do mundo muçulmano:  a capa e a espada do Profeta Maomé. 
    Topkapı é tombado como patrimônio da humanidade pela UNESCO.  Sua construção teve início em 1459, por ordem do Sultão Mehmed II, o conquistador de Constantinopla.  O palácio é um complexo formado por quatro pátios principais e vários prédios menores.  Durante o período em que era residência da realeza, era o lar de aproximadamente 4.000 pessoas e anteriormente cobria uma área litorânea maior.  O complexo foi expandido durante os séculos, com muitas restaurações tais como as ocorridas após o terremoto de 1509 e o incêndio de 1665.  Possui mesquitas, um hospital,  padarias e uma cunhagem de moedas.
    Topkapı perdeu sua importância no final do séc. XVII, à medida em que os Sultões preferiam passar mais tempo nos seus palácios ao longo do Bósforo. Em 1856, o Sultão Abdül Mecid I decidiu mover a corte para o recentemente construído Palácio Dolmabahçe, o primeiro palácio em estilo europeu da cidade. Algumas funções, como o tesouro imperial, a livraria, mesquita e a cunhagem de moedas permaneceram nele. Após o fim do Império Otomano em 1921, o palácio foi transformado em museu da era imperial.   
    O complexo possui centenas de quartos e câmaras, mas apenas os mais importantes são acessíveis ao público.  O palácio está repleto de exemplos da arquitetura otomana, e também tem grandes coleções de porcelana, armas, escudos, armaduras, miniaturas otomanas, manuscritos otomanos e uma mostra do tesouro e jóias, que é impressionante.
   Caso se interesse, acesse a página oficial do palácio, há detalhes históricos muito interessantes, muitas fotos e passeios virtuais pelo complexo. Há também um filme de 1964, chamado Topkapı, rodado no palácio e com peças reais do museu.

Grand Bazaar


    Isto sim é uma loucura!!!  Depois do almoço fomos para o Grand Bazaar, um dos maiores mercados cobertos do mundo, com 60 ruas e 5.000 lojas (sacoleiras, atacaaaar!).  O guia nos deixou em um dos portões, e praticamente saiu correndo...  Acho que era medo... 
    As lojas estão agrupadas por tipo de mercadoria:  jóias, cerâmicas pintadas à mão, tapetes, bordados, especiarias, antiguidades e moda.  Tem de tudo, é imenso e insano, dá para se perder tranquilamente lá dentro!  
    É composto por dois prédios abobadados.  O primeiro foi construído entre 1455 e 1461 por Mehmed O Conquistador.  Foi ampliado no séc. XVI, pro Solimão o Magnífico, e em 1894 sofreu uma extensiva restauração após um terremoto.  
    O complexo possui duas mesquitas, quatro fontes, dois banhos turcos, vários cafés e restaurantes.  Fizemos boas compras por lá, mas para conseguir o preço justo foi preciso pechinchar muito!  
    Neste dia não compramos nada no Bazaar, mas ganhei uma aliança de ouro em comemoração ao aniversário de casamento (uhuuuu).  
    O Grand Bazaar possui um site oficial, clique aqui para conhecê-lo.  Visite virtualmente uma loja de presentes do Grand Bazaar clicando aqui.

Cisterna da Basílica


    Caminhamos a partir do Grand Bazaar até a Cisterna da Basílica, conhecida em turco por Yerebatan Sarayı (Palácio Submerso) ou Yerebatan Sarnıcı (Cisterna Submersa).  Este ponto turístico ficou por nossa conta pois não estava incluso no pacote da Byzas.
    Esta é a maior das várias centenas de cisternas antigas que se encontram no subsolo de Istambul.  A cisterna está localizada 150m a sudeste de Hagia Sophia, e é muito fácil de encontrá-la pelos normes em turco nas placas nas ruas do entorno.
    A Cisterna da Basílica foi construída no século VI durante o reinado do imperador bizantino Justiniano I.
    O nome desta estrutura subterrânea vem de uma grande praça pública de Constantinopla, a Basílica Stoa, embaixo da qual a cisterna foi construída.  Antes de ser convertida em cisterna, a grande basílica, construída entre os séculos III e IV durante o início da era romana, era um centro comercial e artístico.

Veja o vídeo com todas as fotos deste dia:

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